A arteterapia, segundo a AATA (American Art Therapy Association), fundada em 1969, é uma profissão assistencial ao ser humano que como terapêutica facilita a expressão verbal e não-verbal e o desenvolvimento dos recursos físicos, cognitivos e emocionais utilizando variadas linguagens artísticas. Para a AATA a arteterapia “reconhece tanto os processos artísticos como as formas, os conteúdos e associações, como reflexo de desenvolvimento, habilidades, personalidade, interesses e preocupações dos pacientes. O uso da arte como terapia implica que o processo criativo pode ser um meio tanto de reconciliar conflitos emocionais, como de facilitar a auto percepção e o desenvolvimento pessoal.”
A arteterapia é utilizada como mediadora da expressão o que no processo terapêutico é facilitador. Dessa forma como é um recurso que utiliza a metáfora, ou seja, o símbolo através da expressão criativa e artística permite revelar o que está submerso de forma menos ameaçadora admitindo a conscientização através da verbalização de sentimentos difíceis estimulando paralelamente a imaginação e a criatividade.
Assim, abre canais de comunicação por meio de conteúdos trazidos simbolicamente do inconsciente facilitando o diálogo e a conscientização dos mesmos, tornando a expressão verbal mais acessível e tranqüila.
A percepção dos conflitos através de leitura de imagens pictóricas, sonoras, cinestésicas e táteis, símbolos vivos das mensagens inconscientes, leva à conscientização dos mesmos auxiliando o processo de autoconhecimento.
Como recurso para o desenvolvimento do potencial criativo do cliente e sua espontaneidade pode facilitar o aumento da auto-estima.
Através dessas reflexões iniciais e levando em consideração nossa experiência como arteterapeuta utilizando a abordagem junguiana compreendemos que o arteterapeuta é um facilitador durante o processo do cliente. Através da confecção de máscaras, releituras de contos, modelagens, colagem, desenho, pintura, bem como criação de personagens, o cliente através de analogias, associações e amplificações dos símbolos emergentes passa a conectar-se cada vez mais consigo mesmo.
Para Jung, Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço e criador da Teoria Analítica (junguiana) nascido em 1875, todo indivíduo tende ao crescimento psicológico. Evoluir é necessário à psique embora grande parte da humanidade vivencie apenas a superficialidade, perdendo-se do verdadeiro sentido da vida: a individuação.
Para que ocorra o processo de individuação (autoconhecimento) o Self ou centro organizador da psique, envia mensagens que se encontram adormecidas no inconsciente e que fluem para a consciência através da energia psíquica. O inconsciente utiliza-se da linguagem simbólica e são estes símbolos que surgem durante o trabalho arteterapêutico através das expressões artísticas do próprio indivíduo.
A arte permite ao indivíduo conectar-se com o seu processo criador, trilhando o caminho do autodescobrimento, voltando-se para o espaço especial e diferenciado que existe dentro dele mesmo, encontrando assim nutrição psíquica para trilhar o caminho em direção ao Self.
Desta forma com a percepção aguçada para a compreensão das mensagens visuais, o arteterapeuta colabora no processo de autoconhecimento do indivíduo encorajando-o a descobrir por si próprio o significado de suas criações.
Larissa Seixas
ASBART- UBAAT- 0029-H
Arteterapeuta Junguiana e Artista Plástica
Lara.ciranda@terra.com.br
Tels: 3374 3796/ 8756 3796
GRUPO MÃOS DADAS
Em grupos de arteterapia é muito comum acontecerem sincronicidades, troca de energia, de palavras, de afetos. É comum nos identificarmos com histórias alheias e não simpatizarmos com “aquela” pessoa até percebermos que o seu jeito tem a ver com o nosso ou talvez com alguém que estava esquecida lá atrás...
Pois então resolvemos batizar o nosso grupo (de arteterapia) com o nome “Mãos Dadas” para que se possa lembrar sempre que as mãos unidas acolhem, apóiam, sustentam e criam uma ligação fantástica.
Nem sempre percebemos que as mãos precisam estar juntas, nem sempre sentimos nossas mãos entrelaçadas com outras mãos. Mas quando atravessamos momentos dolorosos entendemos que não existe vida sem união de mãos.
Tão lindamente expressou-se Ângela Philippini ao se referir a Arteterapia quando disse: “Em Arteterapia temos mãos traçando linhas, traçando fios, riscando o ar, o papel, a areia, a água, pressionando o barro, dando indicações, definindo rumos. Mãos em “mudras”, preces e rituais, mãos geradoras de personagens no teatro de sombras, mãos ativas marcando ritmos, mãos em concha prontas a receber, mãos ferramentas de muitos bordados, delicadas tramas de afetos, desejos e emoções.”
Que essas mãos criadoras possam ser estendidas a outras mãos também criadoras para que juntas possam realizar longas viagens a mundos ainda não conhecidos. Criando máscaras e descobrindo personas, modelando a argila e descobrindo suas sombras, pintando, colando... sorrindo, chorando mas sempre de “mãos dadas” apoiando-se mutuamente.
O trabalho de arteterapia realizado em grupo acontece durante dez meses com quatro integrantes, preferencialmente mulheres.
O interesse maior é a vivência da arteterapia como recurso de autoconhecimento e crescimento psíquico através da utilização de vários recursos artísticos e criativos.
Larissa Seixas
ASBART – UBAAT – 0029 – H
Arteterapeuta Junguiana e artista plástica
Lara.ciranda@terra.com.br
tels: 3374 3796 /8756 3796
Psycoarte – Alm. Benevento, Centro Empresarial Itaigara Sul, sala 110, Itaigara, CEP: 41825000
Salvador – Bahia - Brasil
